sábado, 8 de outubro de 2011

Prisioneiro de Segurança Máxima




Prisioneiro de Segurança Máxima

Marco Mello

Você lê o titulo e pensa ai
Que sério crime cometi
Também penso eu
Pois não sei...
Onde foi não vi?

Segurança é a ordem do dia
Para os políticos então
Falsas promessas
Palavras vazias

Segurança na minha casa que tem grades
Nas janelas, nas portas.
Mais que nas delegacias

Segurança no carro... Com travas
Com correntes... Com alarmes
À noite ando no meio da rua
Não paro nos sinais
Não respeito os demais
Afinal no vidro escuro
Nem os amigos me vêem
Jamais!!!!

Segurança sim... Ao estacionar
Mas ao flanelinha tem que pagar
Pra ter segurança do seu carro
Ninguém roubar
Ou acidentalmente he he he
Ninguém riscar...

Segurança nas escolas
Aonde a criança vai estudar
Ver amigos e brincar
Fingir de artistas de TV
Tantas câmeras a lhes filmar
Câmeras de Segurança claro...

Casas, escolas, ruas.
Todas cercadas
Eletrificadas
Portões fechados
Sem cadeiras nas calçadas
Sem brincadeiras... criançadas

Segurança das balas perdidas
Dos traficantes, de drogas... De vidas

Segurança dos seqüestros
Dos assaltos... Dos ladrões
Verdadeiros maestros
Que tocam a música de nossas vidas
Regidas pelo medo... Pelos segredos
De homens de brancos colarinhos

Tornei-me prisioneiro
Da ordem invertida
Da desordem da vida
Dos valores desagregados
De um mundo moderno
Dos homens de terno
Governantes governados
Por criminosos desafiados

Prisioneiro da vida
De alguém?
De ninguém?
Afinal quem é quem?
Que mundo é esse?
Qual é a verdade?
Preciso de segurança?
Pra viver em LIBERDADE?




Nenhum comentário:

Pequeno Conto de Ano Novo... (nova versão)

  Pequeno Conto de Ano Novo Marco Mello   Ele corria contra o tempo Era só mais um meio à multidão, em meio aos contratempos. Sons...