Prisioneiro de Segurança Máxima
Marco Mello
Você lê o titulo e pensa ai
Que sério crime cometi
Também penso eu
Pois não sei...
Onde foi não vi?
Segurança é a ordem do dia
Para os políticos então
Falsas promessas
Palavras vazias
Segurança na minha casa que tem
grades
Nas janelas, nas portas.
Mais que nas delegacias
Segurança no carro... Com travas
Com correntes... Com alarmes
À noite ando no meio da rua
Não paro nos sinais
Não respeito os demais
Afinal no vidro escuro
Nem os amigos me vêem
Jamais!!!!
Segurança sim... Ao estacionar
Mas ao flanelinha tem que pagar
Pra ter segurança do seu carro
Ninguém roubar
Ou acidentalmente he he he
Ninguém riscar...
Segurança nas escolas
Aonde a criança vai estudar
Ver amigos e brincar
Fingir de artistas de TV
Tantas câmeras a lhes filmar
Câmeras de Segurança claro...
Casas, escolas, ruas.
Todas cercadas
Eletrificadas
Portões fechados
Sem cadeiras nas calçadas
Sem brincadeiras... criançadas
Segurança das balas perdidas
Dos traficantes, de drogas... De
vidas
Segurança dos seqüestros
Dos assaltos... Dos ladrões
Verdadeiros maestros
Que tocam a música de nossas vidas
Regidas pelo medo... Pelos segredos
De homens de brancos colarinhos
Tornei-me prisioneiro
Da ordem invertida
Da desordem da vida
Dos valores desagregados
De um mundo moderno
Dos homens de terno
Governantes governados
Por criminosos desafiados
Prisioneiro da vida
De alguém?
De ninguém?
Afinal quem é quem?
Que mundo é esse?
Qual é a verdade?
Preciso de segurança?
Pra viver em LIBERDADE?
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