A Noite

A Noite

Marco Mello

A noite me acalma

Faz brandir meu peito

Faz-me sentir a alma

E deixo meu corpo fluir

Pelos espaços inertes do tempo...

Passeio vozes e pensamentos

Canto canções imaginárias

Com letras absurdamente sem nexo

E entoando frases aleatórias

Brindo ao amor como um puro reflexo

Como um vaga-lume, ilumino meu palco

As estrelas de incessantes brilhos

São luzes que se acendem a minha volta

E saltitando por elas brinco de amarelinha

Levanto poeira como a espalhar talco

E como um riacho a fazer novos trilhos

Sou de novo criança com anjos da guarda a minha escolta

Tornando a noite somente minha

Mas se a solidão me espreita

Dou adeus às dores não aceitas

Espalho sorrisos e distribuo abraços

Canto versos sem compassos

Acato as ordens do meu coração

E sem me importar com a razão

Sem medir o tempo ou a emoção

Faço da poesia a minha oração

Bailarina

Bailarina

Marco Mello

E se teus flutuantes passos

Deslizam ao compasso do som da melodia

Caminhas pela musica como um sol que o dia irradia

Espalha cores no branco e preto das vidas

E como um retrato falante

A expressão do teu corpo vibrante

Ilumina o palco de novas sensações envolvidas

O teu corpo espalha sombras, vultos e trejeitos

São formas vivas de expressões a cada movimento

E no sentimento dos saltos criativos do teu peito

Da vida às pautas e notas em suaves e ternos momentos

E assim nos teus rodopios e piruetas

Descrevendo a vida em doces sensações de silhuetas

Transforma o tablado em inédito universo de verso e rima

Escrevendo a poesia da tua vida ... Bailarina.