quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A Presença do Amor



A Presença do Amor

Marco Mello

Por que
Se a presença do amor causa suor nas mãos
Frio na barriga,
Voz tremida
Dispara o coração
Eu não posso negar a emoção
Das vezes que pude senti-los
E mesmo com todos os meus grilos
Fico a pensar quantas vezes deixei o amor escapar
Na fresta dos dedos, na entreaberta porta.
E isso agora pouco importa
Mas continuo o amor buscar

O meu coração é assim
Amante sem fim
Que vive de amores
Que me da vida, descreve as cores.
Da paleta do artista
Das danças nas pistas
Sentindo a ansiedade de uma alegria mista
Dos desejos do amor esparramado na sala
Entremeando entre abraços e beijos confusos
Misto de ternura e delírio do amor quando fala
Das horas a se perderem no fuso
Dos sons e gemidos doces
Nos teus braços fosse aonde fosse
Em singelas viagens de noites sem fim
Sentindo você todinha em mim
Escutar tua voz que me chama
Ouvir ao som do seu amor...
Você dizer que me ama



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Às Voltas com a Noite





Às Voltas com a Noite

Marco Mello

Às voltas com a noite
Sem espaços ou lugares definidos
Das maldades o pensamento despido
Avisto-te entre estrelas opacas
Com um brilho um tanto atrevido
Que desperta conversa nas rodas ao pé do ouvido
Que ilumina os lugares por onde passas

Às voltas com a noite surges em poesia
Na tua beleza que retrata singela e suave melodia
Que me embebeda e inebria os sentidos
Na sensualidade de olhares proibidos

Às voltas com a noite
Vejo-me as voltas das voltas do seu corpo sensual
E envolto nos teus seios e pernas me enlaço,
E no teu ritmo... os nossos passos
Passeiam em palavras não ditas
Em batidas descompassadas e aflitas
Do coração desarticulado do mundo real
Na emoção silenciosa de um único sentimento
Na mística sensação de um doce e eterno momento


Estranho Silêncio



Estranho Silencio

Marco Mello

Que estranho silencio é esse?
Da falta das vozes
Que em corações algozes
Tornam o vento sem barulho
Que esconde a lua num céu escuro
Onde não ouço os raios do sol
Nem meus passos no arco íris das tuas cores
Num misterioso som de tantas dores...

Que estranho silencio é esse?
De um espaço que me falta
Nas trilhas dessa densa mata
Que irrompe em noite de solidão
Interrompe o comercial da televisão
O som do radio, dos carros, das buzinas.
Apagam os faróis nas esquinas
Emudecem telefones, roubam do relógio seus minutos.
Nada ouço nada escuto.

Será o silencio de secretos planos?
Da vida, do passar dos anos?
Dos meus erros, meus enganos?
Ou será que na solidão de nós
É a falta de ouvir tua voz?

domingo, 18 de setembro de 2011

O Sol em meus olhos



O Sol em Meus Olhos


Marco Mello


Dirijo pela tarde quente
O sol bate forte a minha frente
O som da música do rádio
Aos meus ouvidos soa distante
Como distante está a estrada
Mas sei o objetivo... O meu destino


São curvas sinuosas que me guiam
Nas lembranças são tantas imagens
Dos passos de um caminhar incerto
Que aos pensamentos me enviam
Da vida tantas passagens
Tão distantes e tão perto


O suor me escorre a face
O sol refletindo no pára-brisa
Reflete em raios de luzes
Flashs e flashs backs
E por mais que a vida programasse
Vivemos decisões indecisas
De sempre amar as raízes
Mesmo abafados, no calor do sol sem leques.


Melhor sem leques que sem breques...


Fecho o sol no tapa sol
Mudo a musica, troco o sorriso.
A estrada se torna clara
O carro para, a porta que bate.
O cachorro que late
Avisto as luzes e as imagens raras
Da estrada da minha vida
De encontro ao encontro dos meus filhos
E ao invés do suor no rosto
Uma alegre lagrima os reflete
São eles meus filhos
O SOL EM MEUS OLHOS


Mais Uma Madrugada



Mais uma madrugada

Marco Mello

Um intuito me chama pra escrever
Eu teimo sem saber se vou mesmo querer
Mas se nada importa no momento
Eu me apego ao meu pensamento...

Distante, obscuro
Idéias como que se escondendo atrás de um muro
De concreto, atrapalhando as idéias atrapalhadas.
Por uma inconstante e incerta jornada.

Vejo-me caminhando a sonsos passos
De bêbado virtual
Que num caminho desigual
Nada contra a corrente, mas que vai em frente...

Tropeço nos meus erros do passado
Choro e lamento em versos cansados
O cansaço da trilha estreita
Da vida que me espreita
Das dores não aceitas
Que me perseguem como uma seita
Invadindo o corpo tão dolorido
Da falta de um abraço amigo
Do largo sorriso antigo
Atado a tantos obstáculos
Amargando as cores do arco íris
Acinzentadas num triste espetáculo

Adoro a vida
Mas pqp... quando dela esperamos guarida
Porque tanta dor é sentida

E assim cambaleante
Doce bêbado das dores das ruas
A minha despedaçada alma, crua e nua
Segue o olhar ao horizonte
Onde me acenam por um instante
Os sorrisos de tantos pares
Que no meu coração ainda curam os males
E me apóiam os braços nos corrimões
Dessa vida... tão omissa estrada
Pois... quem sabe assim quando o vento meu rosto afagar
A lua interessante sorriso há de me dar
E enfrentando a caminhada
Consiga vencer mais uma madrugada


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Na Batida do Tambor




Na Batida do Tambor
(Homenagem ao músico e amigo Adriano Trindade)

Marco Mello


Te conheci moleque ... pelas ruas batendo lata
Mal sabia que tinhas essa qualidade nata
E se a musica já fervilhava nas tuas veias. não era em vão
Elas pulsavam no ritmo do teu coração

E eu, teu professor parceiro....
Amante da musica por inteiro
Sentia nos olhos do menino
Que a musica estava em seu destino

Foste crescendo ao meu redor
E as batidas, já ias sabendo décor
Vibrava quando dos teus sonhos me falava
E eu percebia que você já sentia
O quanto o som da melodia te encantava

Aos poucos surgiste na batera
Ali crescias aos olhos da galera
Viajando em novos ritmos e novos sons
Foi pro mundo em busca de novos tons

E a cada viagem por todos os lugares
Cultivou o seu dom, semeando ritmos e musicalidade
E tendo como marca a sua humildade
Hoje eterniza o teu nome –Trindade
Descrevendo na música teu gesto de amor
Seguindo sempre... " na batida do tambor "



terça-feira, 13 de setembro de 2011

Mas que porra é essa ...




Mas que porra é essa

Marco Mello

- Mas que Porra é essa!!!
Pois é... a vida tem dessas
Ou você nunca voltou pra casa às pressas
Atrasado porque passou nos botecos
Com os amigos tomou uns tecos
Conversa fiada na boa
Esqueceu do jantar com a patroa
E quando em casa na ponta do pé
Você chega dando um migué
No quarto escuro na cama tropeça
E esparramado no chão
Escuta logo um reclamão
- Mas que porra é essa!!!

Ai você finge estar cheio de razão
Mostra o roxo do seu pobre dedão
Arrependido pede perdão
"- ZZamor não queria zacordar vozzce não, hic"
E pra não criar mais confusão
Deita ao lado de cachaça baleado
Barriga pra cima, ronca a beça
Leva logo um cutucão
- Mas que porra é essa!!!

No outro dia cara inchada
Uma ressaca danada
A mulher de cara amarrada
Não aceita desculpa esfarrapada
E ai você "pobre coitado"
De estomago embrulhado
Chega ao trabalho atrasado
- Reunião com o patrão!!!
- Vixi, justo hoje!!! Isso não!!!
Entro na sala, cheio de pressa
Logo a bronca vem então
- Mas que porra é essa!!!

E lá se vai um dia agitado
A cabeça dói pra caramba
O serviço hoje nem deu samba
Só de raiva vou no boteco e tomo um traçado
Vixi...desceu todo arrepiado
Mas já deu pra ficar animado
Olho a hora...
Melhor ir embora
Essa é a melhor solução
Chego em casa de flores na mão
Vejo o bilhete logo no portão
- “Amoooooor... fui ao cinema com o Ricardão”
A casa caiu e eu nem vi não
Embasbacado coço a testa
Oh meu Deus
Mas que porra é esta!!!

Coração magoado com um sentimento “espetado” hehe
Alma assustada e de cara amarelada
Escuto ao lado muita risada
E como que saindo do nada
Vem minha mulher toda arrumada
Quase caindo de tanta gargalhada
- Oi querido não tem Ricardão não
- Apenas te preguei uma peça
Sorriso bobo e cabeça em erupção
Aliviado eu digo
- Mas que porra é essa!!!

Depois do susto arretado
Resolvo deixar tudo do lado
Entrego as flores que estão de susto quase a murchar
- Querida hoje eu te levo pra jantar.
Ainda com a alma atropelada
Que susto me deu a malvada
Sentados à mesa do bar
E aqui já pro fato satirizar
Pra terminar o dia
Ouço ao fundo numa doce ironia
Um enfadonho som
Reginaldo Rossi !!! cantando Garçon !!!!!
Oh não... Sem essa
- Garçoooooooooooooonnnn!!!
- Mas que poooooooooooorra é essa!!!


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sem sono na internet


Sem sono na internet

Marco Mello

Dormir preciso
Trabalho cedo
Mas do sono tenho medo
Se dormir posso sonhar,
Posso acreditar, posso atrapalhar.
Posso roncar... incomodar...

Posso acordar sonhando no sonho
De pensamento tristonho
Aonde esta minha vida?
Enrolada em um imenso novelo?
Emaranhada em tanto pesadelo?
Cadê a minha guarida?

Onde estão todos
Que tanto amei e se foram
Pai, mãe... Tios, avós
Um ombro amigo
Cadê meu encosto
Onde estão aqueles rostos
No sono não vejo
A mão... O carinho...
Saudade de um terno beijo

Então sonho na internet
Num jantar, numa musica de bar.
Na roda de amigos um copo da paz


Na vida, na garçonete,
Que estou velho
Que vai chover
Que me dói a joanete.

Internet...
Viagens por mundos..
Imensos... Sem limites
Ou uma ilusão que o imite

Porque emails são cartas
Mensagens são poesias
Bate papos são conversas
Lembranças virtuais
Imagens de velhos tempos
Onde cartas... poesias
Conversas... amigos
Eram coisas naturais

Até outro nascer do sol





Até outro nascer do sol

Pequeno Conto de Ano Novo... (nova versão)

  Pequeno Conto de Ano Novo Marco Mello   Ele corria contra o tempo Era só mais um meio à multidão, em meio aos contratempos. Sons...