segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Noite a Noite





Noite a Noite

Marco Mello

E como se não mais bastasse
Sentir teus olhos em minha face
Atrevo-me aos sonhos como se desejasse
Uma noite infinita que não mais acabasse

Sorteando me entre tantos permanecer em seus braços
Sentir me invadido pelos seus sorrateiros passos
Eu viajo pela tua boca em um beijo inacabado
Envolvido pelo teu universo num único corpo entrelaçado

Assim te encontro em cada esquina
Ruas, becos sem saída
Equivocado por uma tamanha sina
De um amor sem sentido e sem guarida
Nessa doce e louca vida bandida

E quando me sinto banido dos teus sonhos
Encontro-me vagando por um horizonte morno
Onde a sombra da lua em reflexos estranhos
Trazem-me imagens do teu traço em inebriante contorno

Ouço teus risos extasiantes
Teus lindos olhos feito brilhantes
Revejo teu peito insinuado
Que ao ritmo do coração arfam excitados
Quando te aproximas de mim
Como que zombando assim
Dos sentimentos proibidos
De um tempo interrompido
Marca de uma marca de outrora
Que me fazem reviver até agora
Uma doce e inquieta lembrança que minha alma revigora
Cada instante teu em minha memória
Inserindo mais uma pagina na nossa história
Que me faz buscar-te noite a noite, de hora em hora.





sábado, 18 de fevereiro de 2012

O Rei do Carnaval





O Rei do Carnaval

Marco Mello

Lá vai ele
Ele é legal
Não é rei momo
Nem gordo como tal
Não é diferente nem igual
É apenas uma pessoa normal
Gozando a vida e curtindo o carnaval

Cai no samba, no axé e no frevo.
Na marchinha relembra a criança de outrora
Afinal é dele a hora
Seguir a batida do surdo, do cavaco e do pandeiro.
O carnaval ta no sangue, na veia do brasileiro.
E na pipoca, nos cordões e na escola.
Se sente legal
O próprio rei do carnaval

De qualquer jeito é o seu jeito
Desengonçado ou até cheio de trejeitos
No som da bateria não existem defeitos
E se não tem fantasia
Pra esbanjar sua alegria
Faz da avenida uma poesia
E de confete e serpentina cria a sua alegoria

Todos olham sua dança
O velho o moço e a criança
E nos passos que ele cria
Vara a noite até o dia
E a todos contagia
Na sua simples sinfonia

Não se importa quem o vê
Ou se vai sair na TV
Nem em manchete do jornal
Do cansaço do trabalho se esqueceu
Das dúvidas, das dívidas e das desigualdades também.
Na multidão, se sente alguém.
Aquele lugar lhe pertence o espaço é todo seu

Agora é hora de quebrar a monotonia
Carnaval é pra todos verdadeira democracia.

E nos quatro dias de fevereiro
Se sente alegre por inteiro
E se Deus é brasileiro
Esse cara normal
Que tem família, coisa e tal.
Refresca a alma e o coração
Tem felicidade na sua emoção

E como um Deus, esse brasileiro.
Sabe que não há nenhum mal
Na avenida ficar a vontade
Uma simples majestade
Vem brincar seu carnaval




sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pegue Tudo





Pegue Tudo

Marco Mello

Pegue tudo
Junte os pedaços
Da minha vida
Dos meus trapos
Dos meus passos
Dos meus descaminhos
Dos meus desalinhos
Da emoção sentida

Pegue tudo
Leve com você
Os meus sonhos
As minhas ilusões
Meu violão
Minhas canções

Pegue tudo
Leve embora
Até minha alma que chora
A dor de sua partida
A saudade da amarga despedida

Pegue tudo
Junte tudo
Jogue no liquidificador
Bata até virar liquido
E como as águas de um riacho límpido
Beba minha doce ilusão do amor




Às Voltas com a Noite




Às Voltas com a Noite

Marco Mello

Às voltas com a noite
Sem espaços ou lugares definidos
Das maldades o pensamento despido
Avisto-te entre estrelas opacas
Com um brilho um tanto atrevido
Que desperta conversa nas rodas ao pé do ouvido
Que ilumina os lugares por onde passas

Às voltas com a noite surges em poesia
Na tua beleza que retrata singela e suave melodia
Que me embebeda e inebria os sentidos
Na sensualidade de olhares proibidos

Às voltas com a noite
Vejo-me as voltas das voltas do seu corpo sensual
E envolto nos teus seios e pernas me enlaço,
E no teu ritmo... os nossos passos
Passeiam em palavras não ditas
Em batidas descompassadas e aflitas
Do coração desarticulado do mundo real
Na emoção silenciosa de um único sentimento
Na mística sensação de um doce e eterno momento

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um em Todos e Todos em Um





Um em Todos e Todos em Um

Marco Mello

Vida
Posição
Estilo
Cabeça torta
Cheia de grilo

Que mera condição é essa
Quimeras da vida
Ou mera confusão de vidas

“A criança que brinca sem saber
O jovem que cresce sem querer
O adulto que não sabe aonde ir
E o velho que do asilo quer sair”

Não quero ter estilo
Posição, confusão
Nem saber quem sou
Quem fui, quem serei.

Não quero passado, presente ou futuro.
Quero brincar cantar, amar.
Sentir emoções, vibrar corações.
Correr como a luz, enxergar no escuro.

Quero ser um em todos
Melhorar os defeitos. Reclamar direitos
Envolver-me em saudades
Escolher as verdades
Ter liberdade e em todos ser um

“Quero ser velho e saber brincar
Ser adulto e saber amar
Ser jovem e aprender a crescer
Ser criança...Ser feliz e... VIVER”




domingo, 5 de fevereiro de 2012

Vida





Vida

Marco Mello


Que estranhas sensações são essas
Da vida nos pregando peças
Numa freqüente saga de emoções
Choramos de tristeza
Sorrimos, alegramos corações.
Gargalhamos da sua beleza

São obstáculos novos, inéditos acontecimentos.
Rotina, monotonia
Novos amigos, novos povos, saco cheio, aborrecimentos.
Num momento o céu cheio de estrelas
No outro, nuvens espessas, ventania, tempestades, frio, agonia.
Sol, verão, praia, piscina, mordomia.
A imagem de uma criança
Um sorriso de esperança
Novos sonhos, fantasias.

Paixões que irrompem num instante
Políticos que corrompem... Tem bastante
Noticiam de guerras, enchentes,
Imagens da fome matando gente
Contrastes absolutos
Famílias de luto, fatalidades.
O sorriso de uma nova mãe
A doçura da maternidade
Corações de adolescentes pulsando forte
Um novo amor, um novo norte.
Correr, saltar, pular.
Dançar ou apenas caminhar de mãos dadas
E depois de uma tarde malfadada
Sentar com os amigos
Uma loira gelada

Olhar pros lados seguir em frente
Ver quanta coisa, ver quanta gente.
Sentidos múltiplos, os meus, os seus.
VIDA... Cada dia uma surpresa
O maior presente de Deus




Pequeno Conto de Ano Novo... (nova versão)

  Pequeno Conto de Ano Novo Marco Mello   Ele corria contra o tempo Era só mais um meio à multidão, em meio aos contratempos. Sons...