sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

La fora encontrei alguém




La fora encontrei alguém

Marco Mello


La fora encontrei alguém
A neblina da noite açoitava a visão
Mas os vultos se tornavam presentes
Eram sombras parcas... Que refletiam a luz do luar
Nem sabia se era um ou muitos
Mas algo me dizia que ali estavam.
Imaginei sons e imagens
Lembrei paisagens e passagens da vida...

Olhava a rua pela fresta da janela entreaberta
E enxergava a noite embalando as figuras do meu momento solitário.

Pouco a pouco a turva visão se tornava clara
E avistei tantas e tantas lembranças há muito esquecidas.

Me vi criança correndo nos parques a brincar de pega pega
Senti as ruas da cidade pequena onde andava de bicicleta
Acenando e saudando tantos que já se foram ou que há muito não vejo
Eles estavam ali presentes com as imagens claras de tantos rostos saudosos.

As brincadeiras nas calçadas... A primeira ilusão amada
A musica romântica que embalava
No escurinho do cinema apenas sentados de mãos dadas.

Eu os via la fora... Passando todos pela minha memória...

Nas madrugadas o violão companheiro inseparável
Embalava serestas com flores nas janelas
E músicas encomendadas...
Ouvia as vozes... Ouvia as canções de dançar juntinho
Dos olhos nos olhos e do arrepio na espinha
De um primeiro beijo de disparar coração a sair da boca

La fora encontrei alguém
Ali na fresta da janela... Estavam tantos pares
Que passearam na minha noite solitária...

La fora encontrei alguém...
Que embalou uma doce canção de ninar
E me fez dormir feliz
Quando os senti de volta ao lugar de onde nunca saíram
Dentro do meu coração...


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