Cabeça de Leitoa
Marco Mello
Reunidos no balcão, na chácara numa boa
Eu, Katira, Barriguinha e Angolinha
Todos com a família e respectivas patroas
Cerveja... conversa e muito riso
Vez em quando vai pra goela um gole de "pé de ouvido"
No centro da mesa uma cabeça de leitoa
Leitoa a pururuca, peixe assado.
Churrasquinho... Hoje é sábado
Tantas conversas, papo furado.
E a cabeça da leitoa que imaginariamente nos olha
Pergunta-se intrigada
Aonde esses caras têm tanto assunto
E tanta risada
Pra quem não sabe "pé de ouvido".
É licor de gengibre com cacau
Uma mistura genial
Invenção do Barriga nosso amigo
De sabor sensacional
Que também da um fogo legal, hic...
Mas hoje é sábado
Nem to preocupado
E o banco ta fechado
O som toca pesado
Old Times, música do passado.
E o assunto que de elitizado
Passa aos poucos para um tanto etilizado
Faz a gente lembrar tudo que merece ser lembrado
E pra não ficar chateado
Ataca no microfone nem sempre muito afinado
Um conjunto com voz mel, muito mel
São nossas "meninas esposas" cantando o “Coração de Papel”
Os filhos a nossa roda
Ouvem espantados a nossa prosa
Um ou outro até nos goza
E numa inversão de valores
Que sequer pensaram jamais
Acabam tomando conta dos pais
Mesmo assim, vez em quando da uma louca
E os "pai-lhaços", pulam na piscina de roupa
Coisa de menino amadurecido
Ou será velho senil?
Velho é a ponte... que partiu
Tudo bem que no domingo acordo dolorido
Digamos que to ficando um pouco antigo
E parafraseando o cantor José Augusto
"Todo sábado é assim"...
Ou quase...
Às vezes começa na sexta
Fazemos uma festa sem fim
E ao som do violão
Contamos e cantamos coisas do coração
Êiiiiiita turma boa
Vez em quando é bom ficar a toa
Curtir o pessoal com euforia
O difícil é explicar no outro dia
Porque ao invés da patroa
Acordei abraçado
Com a cabeça da leitoa
Nenhum comentário:
Postar um comentário